quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Plectrophora calcarhamata

Esta é a outra.


Essa é minha paixão, gosto de todas mas esta é especial. Já cheguei a perder uma e que posteriormente adquiri duas e ambas estão muito bem. Planta de difícil cultivo.



Plectrophora calcarhamata Hoehne, Relat. Commiss. Linhas Telegr. Estratég. Matto Grosso Amazonas 5(1): 57 (1910).
This name is accepted.

Distribution: Brazil (Mato Grosso)
84 BZC

Lifeform: Pseudobulb epiphyte

Family: Orchidaceae

Original Compiler: R.Govaerts

This name is Accepted by:
Govaerts, R. (2003). World Checklist of Monocotyledons Database in ACCESS: 1-71827. The Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew.



Rara, linda e de difícil cultivo! Pequena planta tida como de crescimento cespitoso, isto é, aquela que cresce em tufos ou touceiras. Talvez tenha sido assim num passado distante sob condições favoráveis; oxalá ainda fosse, pois teríamos muitas plantas disponíveis, mas isto não ocorre, em razão da destruição de seu habitat, seja por fazendeiros ou movimentos organizados dos chamados “sem-terra” no interior do Estado de Mato Grosso, Brasil e principalmente por sua fragilidade e fácil estresse dependendo das condições de manuseio, o que deve ser evitado
A planta foi inicialmente descoberta próxima de Porto Esperidião vegetando em árvores de terras baixas e úmidas, cercanias do rio Jaurú. O único exemplar que tenho, foi coletado numa região do município de Cuiabá, em local quente e de mata úmida fechada, próxima de rego de água, num tronco meio caído e repleto de musgos, sinal da alta umidade ambiente. Tenho-a faz bons pares de anos, praticamente não multiplicou e floriu apenas três vezes ao longo desse tempo; a quarta vez acontece agora, em fins de dezembro.
Planta pequena, de folhas carnudas, gumiformes, que forma leque sobre curto caule nodiforme e enraizamento fino. A pequena haste floral sai da axila das folhas intercaladas, com uma só flor por haste. Cor amarelo ouro em sua totalidade, o formato lembra flores do gênero Galeandra, o que a diferencia é o alongamento da parte basal na junção de pétalas e sépalas, formando um delicado esporão oco (calcar). Pétalas e sépalas pouco abrem, sobrepostas sobre o labelo em forma de cone de bordas ligeiramente franjadas. Não mede mais que 4 cm de comprimento, por 1 a 1,5cm de diâmetro. Floresce entre novembro e dezembro.
Classificação:
Gênero: Plectrophora Focke; Espécie: Plectrophora calcarhamata Hoehne (1910); Tribo: Oncidiinae; Subtribo: Ionopsideae; Etimologia: Plectrophora, do grego “plektron”, espora e “phoros”, relação, parecido com; Epíteto: calcarhamata, do latim “calcar”, espora, e hamata, “hamatus”, curvo, adunco, que tem ponta curva, em alusão ao apêndice basal (calcar), parecido com espora de ponta ligeiramente curva.

Quem foi Hoehne?

Frederico Carlos Hoehne (Juiz de Fora, Minas Gerais, 1882 – 1959) foi um botânico brasileiro, defendendo a proteção da natureza durante toda a sua vida, sendo o pioneiro no tema entre os cientistas do país. Também fora escritor e diretor de instituições específicas, como o Instituto Butantã, o Instituto de Botânica de São Paulo, o Zoológico de São Paulo e o Museu Botânico Dr. João Barbosa Rodrigues. Sua prática de campo e gabinete possibilitou publicações de sua autoria, como também como coordenador, nos órgãos que dirigiu.

Frederico Carlos Hoehne
Nascimento 1 de fevereiro de 1882, Juiz de Fora, Minas Gerais
Morte 16 de março de 1959 (77 anos) Brasil
Nacionalidade Brasileiro

Ocupação Botânico




hoehne@orquidario_cuiabaFrederico Carlos Hoehne (1882 – 1959), nasceu na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, descendente de alemães e autodidata, conhecido no meio científico como F. C. Hoehne, extremamente estudioso, nunca cursou faculdade de biologia ou agronomia, mas dedicou toda a sua vida aos estudos botânicos, principalmente de orquídeas, tornando-se um dos maiores especialistas do país e do exterior e verdadeiro doutor “honoris causa”. Chegando em São Paulo em 1917, passou a trabalhar na Seção de Botânica do Instituto Butantã. Em 1928 coordenou a construção de duas estufas no Parque do Estado, destinadas a serem o orquidário do lugar, denominado na época “Orchidário do Estado de São Paulo”, do que foi diretor superintendente e também Chefe da Seção de Botânica e Agronomia do Instituto Biológico, permanecendo até 1952. O orquidário sob as estufas originais idealizadas por Hoehne, com armação de ferro, ainda existe na Água Funda com acervo botânico de diversas espécies preservadas sob nova denominação – Jardim Botânico de São Paulo. Antes disso, em 1910 e anos seguintes integrou a Missão Rondon, na implantação das Linhas Telegráficas do Mato Grosso ao Amazonas, liderada pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, na qualidade de naturalista e observador botânico, época em que elaborou no “Relatório da Commissão de Linhas Telegraphicas e Estratégicas de Matto Grosso ao Amazonas”, o anexo V desse documento, suas anotações botânicas onde descreve diversas orquídeas, dentre elas sua descoberta, Plectrophora calcarhamata Hoehne (1910). Durante sua vida dedicada aos estudos botânicos escreveu vários artigos para jornais e boletins que acabaram transformando-se em livros, um deles o reconhecido “Iconografia de Orchidaceas no Brasil”. O outro, resultado do apanhado ao longo de anos de estudos, elaborou o “Flora Brasílica” entre 1940 e 1955, mais amplo e um claro complemento a enciclopédia “Flora Brasiliensis”, compilada entre 1840 – 1906 pelo alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (seu maior idealizador), August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban. No Flora Brasílica descreve plantas e orquídeas inexistentes no trabalho de Martius. A literatura botânica deixada por Hoehne, grande parte dela editada e publicada pela então Secretaria da Agricultura, Industria e Comércio de São Paulo, ainda serve como fonte de pesquisa e referência para estudiosos de biologia, botânica ou agronomia, e de forma mais direta, aos aficcionados da orquidofilia. Visionário e ambientalista, já em 1930 demonstrava preocupação com as queimadas e desmatamento das selvas, cerrados e matas brasileiras, fato que infelizmente, ao longo de todos esses anos nada mudou, ainda hoje – 2009 – a destruição continua a favor do vento. Créditos: foto e parte dos dados bibliográficos de Hoehne no website do Jardim Botânico de São Paulo, e Álbum de Orchidaceas Brasileiras, F.C. Hoehne, 1930, de propriedade do Orquidário Cuiabá

Extraído de : http://www.orquidariocuiaba.com.br

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