Os nomes das orquídeas são dados em latim ou grego clássicos, línguas mortas, para que sejam os mesmos no mundo inteiro e nenhuma língua viva prevaleça sobre a outra.
Assim, costumam oferecer algumas dificuldades na escrita e na pronúncia. Segundo convenção cientifica, nomes de gêneros e espécies devem ser escritos em Itálico. Veja os exemplos:
a) O conjunto de vogais ae lê-se e. Ex.: Laelia (Lélia). Exceção: Aerides (Aérides).
b) O conjunto de vogais oe também tem som de e. Ex.: Coelogyne (Celogine).
c) Ph tem som de F. Ex.: Xanthina (Ksantina).
d) Ch tem som de K. Ex.: Chiloschista (Kiloskista), Pulchelum (pulkelum), Chondrorhyncha (kondrorrinka), Chocoensis (cocoensis).
e) Ti seguido de vogal soa como ci, exceto quando precedido de s, t ou x. Ex.: Constantina (Constancia), Neofinetia (Neofinecia), Bletia (Blecia), Comparetia (Comparetia), Pabstia (Pabistia).
As orquídeas possuem nomes populares e regionais que muitas vezes são confusos. Desta maneira uma determinada planta pode ter nomes diferentes em cada região, ou ainda plantas diferentes terem o mesmo nome. Por exemplo, podemos citar:
• Os caboclos de São Paulo denominam de “Sumaré” as plantas do gênero Catasetum, enquanto que em Goiás “Sumaré” é o gênero Cyrtopodium.
• As plantas do gênero Dendrobium das espécies correlacionadas à espécie nobile e seus híbridos são chamados de “olho-de-boneca”.
• As plantas do gênero Paphiopedium são chamadas de “sapatinho”. • Os caboclos do Espírito Santo denominam a Cattleya warneri de “labiata”, enquanto que labiata é uma espécie de Cattleya do Nordeste.
• “Chuva-de-ouro” é denominação comum para uma grande variedade de espécies do gênero Oncidium.
Para se evitar confusão, é conveniente aos orquidófilos usar os nomes botânicos para as plantas, pois sempre saberemos do que estamos falando. Os nomes botânicos são sempre denominados em Latim.
Para se denominar com precisão o nome de uma orquídea teremos sempre que utilizar pelo menos os dois primeiros termos abaixo descriminados, que especificam o gênero e a espécie, sempre nesta seqüência.
Na denominação correta de uma orquídeas, devemos obedecer regras pré-estabelecidas de nomenclatura, descritas exemplificadas abaixo.
GÊNERO
A primeira palavra, o gênero é usualmente escrito em “Itálico” e sempre começa com letra maiúscula, como por exemplo;
Cattleya;
Laelia;
Epidendrum;
Oncidium;
Phalaenopsis;
Dendrobium.
Usualmente, abreviamos os nomes dos gêneros para facilitar a escrita, usando a primeira letra ou abreviado como, por exemplo;
C. – Cattleya;
L. – Laelia;
Epi. – Epidendrum;
O. – Oncidium;
Phal. – Phalaenopsis;
D. – Dendrobium.
ESPÉCIE
A segunda palavra designa a espécie. Dentro de um mesmo gênero, os taxonomistas reconhecem dezenas, e para alguns gêneros centenas de espécies. A palavra espécie é escrita em “itálico”, com a primeira letra minúscula para as plantas naturais e podem por exemplo identificar:
Local – fidelensis – São Fidelis – RJ.
Quem a encontrou – Gardneri.
Cor – flava – amarela.
Em honra a alguém – garayi – Leslie Garay.
Forma de dente ou com dentes – denticulatum.
VARIEDADE
A terceira palavra faz-se necessária quando falamos de um clone que possua características individuais que o distingue facilmente dentro da mesma espécie. Por exemplo, podemos citar: Cattleya intermédia alba.
Estamos falando de uma planta do gênero Cattleya, gênero americano que vegeta naturalmente desde o México até o Brasil; intermedia, espécie encontrada apenas nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de Sul.
A Cattleya intermedia alba, possui as flores completamente brancas, podendo em alguns casos apresentar na sua garganta a cor amarela. Outros exemplos de Cattleya intermedia:
Tipo – planta padrão da espécie.
Semi-alba – branca com mancha escura no labelo.
Coerulea – da cor do céu.
Concolor – toda da mesma cor.
Rubra – de cor vermelha.
CLONE
Na natureza foram encontrados vários clones da mesma especie, como por exemplos a Cattleyas Walkeriana Tipo. Para diferenciarmos os clones o homem introduziu de forma comercial um quarto nome que, em conjunto com o que existe dentro da variedade, ainda pode explicitar melhor sobre o que estamos falando.
Deve sempre ser escrito entre aspas.
Como por exemplo, podemos citar:
Cattleya walkeriana Tipo “Feiticeira”;
Cattleya walkeriana Tipo “ Faceira”.
Foram e continuam sendo reproduzidos através de cruzamento entre plantas da mesma espécie muitos novos clones, que melhoram substancialmente a forma e a textura das flores.
HÍBRIDOS.
Híbridos são orquídeas produzidas de forma artificial, obtidos mediante o cruzamento e uma ou mais espécies ou gêneros, ou mesmo o cruzamento entre híbridos ou ainda entre híbridos e espécies. A maioria das novas orquídeas é o resultado de hibridações com orquídeas introduzidas no mercado, há muitos anos. O avanço nas hibridações e suas refinações permitiram a criação de novos híbridos.
Podemos efetuar vários tipos de cruzamentos, dentre os quais podemos destacar:
*Plantas de mesmo gênero e espécie, mas de variedades diferentes ou não:
Quando efetuamos o cruzamento de plantas do mesmo gênero e espécie, mas de variedade diferente, obviamente não introduzimos uma nova planta que a natureza já não tenha produzido, o resultado é de mesmo gênero e espécie. Por exemplo, podemos citar:
*Cruzamento de duas variedades.
Cattleya labiata rubra “Shuller” x Cattleya labiata rubra “Guerreiro” resultou em: Cattleya labiata rubra “Lou” e muitos outros clones típicos da espécie.
*Auto fecundação.
Cattleya loddigesii estriata “Atibaia” x Self resultou em: Cattleya loddigesii estriata “Equilab” .
*Plantas de mesmo gênero, mas de espécies diferentes.
Quando efetuamos o cruzamento de plantas de mesmo gênero, mas de espécies diferentes, podemos estar reproduzindo uma nova espécie que a natureza não tenha produzido. O resultado obviamente é de mesmo gênero. A grafia da espécie neste caso é comercialmente sem o “x” e com a primeira letra maiúscula. Como exemplo podemos citar:
Cattleya Portia coerulea “Baroneza”, trata-se de um cruzamento entre Cattleya labiata, espécie brasileira com Cattleya bowringiana, espécie mexicana, provavelmente reproduzida através de dois clones de cor coerulea.
*Plantas de Gêneros Diferentes.
As possibilidades dentro dos cruzamentos intergenéricos abrem uma gama de alternativas que teoricamente vai ao infinito. Atualmente, temos cerca de 100.000 híbridos produzidos artificialmente. A sua limitação é apenas de cunho comercial, pois as plantas começam a ficar muito parecidas ou com detalhes tão pequenos que os orquidófilos passam a ter dificuldades em distinguir os clones, como já ocorre com as plantas provenientes das Cattleyas lilases ou albas.
Dentre os cruzamentos intergenéricos, os mais comumentos encontrados são:
Nome.........................Abreviatura...Cruzamento entre
Laeliocattleya.............Lc ...........Laelia x Cattleya
Brassolaeliocattleya....Blc. .........Brassavola x Lalia x Cattleya
Sophrolaeliocattleya...Slc. .........Sophronitis x Laelia x Cattleya
Potinara.....................Pot...........Sophronitis x Brassavola x Laelia x Cattleya
Cattleytonia...............Ctna.........Cattleya x Broghtonia
Miltassia....................Mtssa.......Miltonia x Brassia
Ascocenda..................Asco.........Asconcentrum x Vanda
Aranda.......................Ard..........Aerides x Vanda
Odontocidium............Odo..........Oncidium x Odontoglossum
Wilburchagara...........Wbchg......Broughtonia x Cattleya x Epidendrum x Schomburgkia
No aspecto referente a cruzamentos, o primeiro intergenérico foi o Epiphronitis, Veicth cruzamento entre Epidendrum ibaquense com Sophronitis coccinea, realizado em 1890. O primeiro híbrido artificial a florir foi entre dois Calanthe, gênero asiático, realizado entre as espécies masuca e furcata, em 1856.
Quanto aos híbridos intergenéricos, não explicitamos a cor ou variedade, são geralmente descritos, ou melhor, grafados da seguinte forma, como por exemplo:
* Blc Norman’s Bay “Hercules”;
* Bc Pastoral “Innocense”;
* Blc Malworth “Orchidglade”;
* Blc Alma Kee “Tipmale”;
* Lctna Roy Fields “Caesar’s Creek”.
Na definição do nome de uma orquídeas, quando realizamos cruzamentos entre plantas diferentes, seja espécies e/ou híbridos, o nome que será dado a progênie deverá ser escrito da segunite maneira:
* O primeiro nome será sempre da espécie/hibrido da planta-mãe, isto é, da planta que recebeu as políneas e assim, teve seu ovário fecundado;
* O segundo nome, separado do primeiro pela letra "x", refere-se à espécie/híbrido da planta-pai, isto é, a planta que doou as políneas.
http://www.orquidarioilhadodesterro.com.br
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