sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NOME DAS ORQUÍDEAS

Os nomes das orquídeas são dados em latim ou grego clássicos, línguas mortas, para que sejam os mesmos no mundo inteiro e nenhuma língua viva prevaleça sobre a outra.

Assim, costumam oferecer algumas dificuldades na escrita e na pronúncia. Segundo convenção cientifica, nomes de gêneros e espécies devem ser escritos em Itálico. Veja os exemplos:

a) O conjunto de vogais ae lê-se e. Ex.: Laelia (Lélia). Exceção: Aerides (Aérides).

b) O conjunto de vogais oe também tem som de e. Ex.: Coelogyne (Celogine).

c) Ph tem som de F. Ex.: Xanthina (Ksantina).

d) Ch tem som de K. Ex.: Chiloschista (Kiloskista), Pulchelum (pulkelum), Chondrorhyncha (kondrorrinka), Chocoensis (cocoensis).

e) Ti seguido de vogal soa como ci, exceto quando precedido de s, t ou x. Ex.: Constantina (Constancia), Neofinetia (Neofinecia), Bletia (Blecia), Comparetia (Comparetia), Pabstia (Pabistia).

As orquídeas possuem nomes populares e regionais que muitas vezes são confusos. Desta maneira uma determinada planta pode ter nomes diferentes em cada região, ou ainda plantas diferentes terem o mesmo nome. Por exemplo, podemos citar:

• Os caboclos de São Paulo denominam de “Sumaré” as plantas do gênero Catasetum, enquanto que em Goiás “Sumaré” é o gênero Cyrtopodium.

• As plantas do gênero Dendrobium das espécies correlacionadas à espécie nobile e seus híbridos são chamados de “olho-de-boneca”.

• As plantas do gênero Paphiopedium são chamadas de “sapatinho”. • Os caboclos do Espírito Santo denominam a Cattleya warneri de “labiata”, enquanto que labiata é uma espécie de Cattleya do Nordeste.

• “Chuva-de-ouro” é denominação comum para uma grande variedade de espécies do gênero Oncidium.

Para se evitar confusão, é conveniente aos orquidófilos usar os nomes botânicos para as plantas, pois sempre saberemos do que estamos falando. Os nomes botânicos são sempre denominados em Latim.

Para se denominar com precisão o nome de uma orquídea teremos sempre que utilizar pelo menos os dois primeiros termos abaixo descriminados, que especificam o gênero e a espécie, sempre nesta seqüência.

Na denominação correta de uma orquídeas, devemos obedecer regras pré-estabelecidas de nomenclatura, descritas exemplificadas abaixo.

GÊNERO

A primeira palavra, o gênero é usualmente escrito em “Itálico” e sempre começa com letra maiúscula, como por exemplo;


Cattleya;

Laelia;

Epidendrum;

Oncidium;

Phalaenopsis;

Dendrobium.


Usualmente, abreviamos os nomes dos gêneros para facilitar a escrita, usando a primeira letra ou abreviado como, por exemplo;

C. – Cattleya;

L. – Laelia;

Epi. – Epidendrum;

O. – Oncidium;

Phal. – Phalaenopsis;

D. – Dendrobium.


ESPÉCIE

A segunda palavra designa a espécie. Dentro de um mesmo gênero, os taxonomistas reconhecem dezenas, e para alguns gêneros centenas de espécies. A palavra espécie é escrita em “itálico”, com a primeira letra minúscula para as plantas naturais e podem por exemplo identificar:

Local – fidelensis – São Fidelis – RJ.

Quem a encontrou – Gardneri.

Cor – flava – amarela.

Em honra a alguém – garayi – Leslie Garay.

Forma de dente ou com dentes – denticulatum.

VARIEDADE

A terceira palavra faz-se necessária quando falamos de um clone que possua características individuais que o distingue facilmente dentro da mesma espécie. Por exemplo, podemos citar: Cattleya intermédia alba.

Estamos falando de uma planta do gênero Cattleya, gênero americano que vegeta naturalmente desde o México até o Brasil; intermedia, espécie encontrada apenas nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de Sul.

A Cattleya intermedia alba, possui as flores completamente brancas, podendo em alguns casos apresentar na sua garganta a cor amarela. Outros exemplos de Cattleya intermedia:

Tipo – planta padrão da espécie.

Semi-alba – branca com mancha escura no labelo.

Coerulea – da cor do céu.

Concolor – toda da mesma cor.

Rubra – de cor vermelha.

CLONE

Na natureza foram encontrados vários clones da mesma especie, como por exemplos a Cattleyas Walkeriana Tipo. Para diferenciarmos os clones o homem introduziu de forma comercial um quarto nome que, em conjunto com o que existe dentro da variedade, ainda pode explicitar melhor sobre o que estamos falando.

Deve sempre ser escrito entre aspas.

Como por exemplo, podemos citar:

Cattleya walkeriana Tipo “Feiticeira”;

Cattleya walkeriana Tipo “ Faceira”.

Foram e continuam sendo reproduzidos através de cruzamento entre plantas da mesma espécie muitos novos clones, que melhoram substancialmente a forma e a textura das flores.

HÍBRIDOS.

Híbridos são orquídeas produzidas de forma artificial, obtidos mediante o cruzamento e uma ou mais espécies ou gêneros, ou mesmo o cruzamento entre híbridos ou ainda entre híbridos e espécies. A maioria das novas orquídeas é o resultado de hibridações com orquídeas introduzidas no mercado, há muitos anos. O avanço nas hibridações e suas refinações permitiram a criação de novos híbridos.

Podemos efetuar vários tipos de cruzamentos, dentre os quais podemos destacar:

*Plantas de mesmo gênero e espécie, mas de variedades diferentes ou não:

Quando efetuamos o cruzamento de plantas do mesmo gênero e espécie, mas de variedade diferente, obviamente não introduzimos uma nova planta que a natureza já não tenha produzido, o resultado é de mesmo gênero e espécie. Por exemplo, podemos citar:

*Cruzamento de duas variedades.

Cattleya labiata rubra “Shuller” x Cattleya labiata rubra “Guerreiro” resultou em: Cattleya labiata rubra “Lou” e muitos outros clones típicos da espécie.


*Auto fecundação.

Cattleya loddigesii estriata “Atibaia” x Self resultou em: Cattleya loddigesii estriata “Equilab” .

*Plantas de mesmo gênero, mas de espécies diferentes.

Quando efetuamos o cruzamento de plantas de mesmo gênero, mas de espécies diferentes, podemos estar reproduzindo uma nova espécie que a natureza não tenha produzido. O resultado obviamente é de mesmo gênero. A grafia da espécie neste caso é comercialmente sem o “x” e com a primeira letra maiúscula. Como exemplo podemos citar:

Cattleya Portia coerulea “Baroneza”, trata-se de um cruzamento entre Cattleya labiata, espécie brasileira com Cattleya bowringiana, espécie mexicana, provavelmente reproduzida através de dois clones de cor coerulea.

*Plantas de Gêneros Diferentes.

As possibilidades dentro dos cruzamentos intergenéricos abrem uma gama de alternativas que teoricamente vai ao infinito. Atualmente, temos cerca de 100.000 híbridos produzidos artificialmente. A sua limitação é apenas de cunho comercial, pois as plantas começam a ficar muito parecidas ou com detalhes tão pequenos que os orquidófilos passam a ter dificuldades em distinguir os clones, como já ocorre com as plantas provenientes das Cattleyas lilases ou albas.

Dentre os cruzamentos intergenéricos, os mais comumentos encontrados são:
Nome.........................Abreviatura...Cruzamento entre
Laeliocattleya.............Lc ...........Laelia x Cattleya
Brassolaeliocattleya....Blc. .........Brassavola x Lalia x Cattleya
Sophrolaeliocattleya...Slc. .........Sophronitis x Laelia x Cattleya
Potinara.....................Pot...........Sophronitis x Brassavola x Laelia x Cattleya
Cattleytonia...............Ctna.........Cattleya x Broghtonia
Miltassia....................Mtssa.......Miltonia x Brassia
Ascocenda..................Asco.........Asconcentrum x Vanda
Aranda.......................Ard..........Aerides x Vanda
Odontocidium............Odo..........Oncidium x Odontoglossum
Wilburchagara...........Wbchg......Broughtonia x Cattleya x Epidendrum x Schomburgkia

No aspecto referente a cruzamentos, o primeiro intergenérico foi o Epiphronitis, Veicth cruzamento entre Epidendrum ibaquense com Sophronitis coccinea, realizado em 1890. O primeiro híbrido artificial a florir foi entre dois Calanthe, gênero asiático, realizado entre as espécies masuca e furcata, em 1856.

Quanto aos híbridos intergenéricos, não explicitamos a cor ou variedade, são geralmente descritos, ou melhor, grafados da seguinte forma, como por exemplo:

* Blc Norman’s Bay “Hercules”;
* Bc Pastoral “Innocense”;
* Blc Malworth “Orchidglade”;
* Blc Alma Kee “Tipmale”;
* Lctna Roy Fields “Caesar’s Creek”.

Na definição do nome de uma orquídeas, quando realizamos cruzamentos entre plantas diferentes, seja espécies e/ou híbridos, o nome que será dado a progênie deverá ser escrito da segunite maneira:

* O primeiro nome será sempre da espécie/hibrido da planta-mãe, isto é, da planta que recebeu as políneas e assim, teve seu ovário fecundado;
* O segundo nome, separado do primeiro pela letra "x", refere-se à espécie/híbrido da planta-pai, isto é, a planta que doou as políneas.

http://www.orquidarioilhadodesterro.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leia antes de comentar
Comentários com insultos ou escritos em miguxês serão excluídos.
Não faça spam, comentários com endereço ou links de blogs serão deletados.
Muitas pessoas tem acesso a esse blog portanto não deixe seu email ou senha nos comentários